
Religiosidade afro-brasileira, oralidade e protagonismo feminino negro

Sinopse
O axé delas é uma série de podcast sobre fé, resistência e memória de mulheres negras de religião de matriz africana na Bahia, idealizado e apresentado pela jornalista Márcia Magalhães. Em cada episódio você vai ouvir vozes que foram e são historicamente silenciadas, mas ainda assim resistem para a formação cultural e social do estado da Bahia - e do Brasil.

Episódios
São cinco episódios que ecoam vozes historicamente silenciadas, fazendo ressoar a força, a fé e a resistência destas mulheres.

Episódio 1
Onde tudo começa, com Ekedy Sinha e Mãe Ângela
No primeiro episódio de O axé delas, Ekedy Sinha e Mãe Ângela conduzem a narrativa sobre como as mulheres negras do candomblé sustentam, transmitem e protegem saberes que resistem há séculos na Bahia. Os terreiros da Casa Branca e do Gantois aparecem como territórios de memória, política, ancestralidade e formação comunitária.


Episódio 2
A perseguição, com Mãe Nicinha
Mãe Nicinha relembra como viveu a repressão policial ao candomblé no terreiro Olufanjá: licenças obrigatórias, batidas constantes, atabaques apreendidos e rituais escondidos no fundo do quintal. Suas memórias mostram como o racismo religioso atravessou gerações e como a fé resistiu apesar de tudo.

Episódio 3
O próprio ebó, com Mãe Jaciara
A trajetória de Mãe Jaciara é marcada pela violência que tirou a vida de sua mãe, Mãe Gilda de Ogum. No Ilê Axé Abassá de Ogum, ela conta como transformou dor em luta e se tornou uma das principais vozes pela liberdade religiosa no Brasil. Um episódio sobre injustiça, memória e a força de quem não aceita o silêncio.

Episódio 4
A casa de muita gente, com Mameto Kamurici
Mametu Kamurici, lider religiosa do terreiro São Jorge Filho da Goméia, mostra como os terreiros de religiões de matriz africana seguem sendo, para além de espaços sagrados, centros de resistência comunitária, formação política e construção de novos mundos.


Episódio 5
Nosso espaço, com Mãe Diana e Ebomi Maria José
Mãe Diana e Ebomi Maria José revelam como a força das mulheres negras de axé transforma o cotidiano, constrói políticas, protege a memória e amplia os modos de existir da comunidade. Enquanto Mãe Diana atua na liderança de políticas voltadas ao povo de terreiro, defendendo direitos, preservação cultural e ações de salvaguarda do patrimônio imaterial, Ebomi Maria José leva para a sala de aula uma educação antirracista e de respeito ao outro como herança de suas vivências no axé.
Quem são elas
Conheça quem são as vozes do axé:

Ekedy Sinha
Gersonice Azevedo Brandão acrescentou Ekedy Sinha ao seu nome quando passou a ser assim chamada. Ela é Ekedy (mulher escolhida pelo orixá para um cargo de responsabilidade que não envolve incorporação) de Oxossi no terreiro da Casa Branca. O terreiro da Casa Branca foi fundado há quase 200 anos, sendo o centro de culto religioso negro mais antigo de que se tem notícia no Brasil.
Iyá Kekere Ângela do Gantois
Mãe Ângela, como também é chamada, é Iyá Kekere (segunda pessoa do terreiro, uma espécie de assessor da ialorixá) do terreiro do Gantois. O Gantois foi fundado em 1849 pela africana Maria Júlia da Conceição Nazareth e tornou-se nacionalmente conhecido pela figura de Mãe Menininha.


Mãe Nicinha de Nanã
Elenice Oliveira Costa de Oliveira é filha de Nanã e ialorixá do Terreiro Olufanjá, terreiro que organizou o presente principal de Yemanjá no ano de 2025 em Salvador.
Mãe Jaciara
Jaciara Ribeiro dos Santos é ialorixá do terreiro Axé Abassá de Ogum, localizado em Salvador (BA), além de ativista pelos direitos humanos e pela liberdade religiosa. É filha de Mãe Gilda, ialorixá que morreu em 21 de janeiro de 2000 após ter sua saúde abalada por ataques de ódio e que impulsionou a instituição do dia 22 de janeiro como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.


Mameto Kamurici
Maria Lúcia de Santana Neves é a mameto-de-inquice (cargo religioso de alta liderança feminina no candomblé bantu, equivalente à ialorixá do candomblé ketu) do Terreiro São Jorge Filho da Goméia, localizado em Lauro de Freitas (BA). No cargo há 39 anos, é da linhagem de seu João da Goméia e de Mãe Mirinha de Portão e também presidente da Associação São Jorge Filho da Goméia e do bloco afro Bankoma.
Mãe Diana
Diana de Souza é ialorixá do terreiro Ilê Axé Ewà Omin Nirê e presidente da Egbé Axé, Associação de Terreiros da Bahia. A Egbé tem 2500 terreiros associados e busca garantir direitos, dignidade, reconhecimento e respeito para os povos de axé.


Maria José
Natural de Maceió (AL), é ebomi do terreiro da Casa Branca, além de professora e pesquisadora. Autora da tese de doutorado “Iyá Olúkó: trajetórias epistêmicas de mulheres negras dos terreiros e suas influências nas práticas docentes antirracistas”, realizada na UFPE.
Participações
Conheça quem ajuda a fazer o axé delas











































































